Moët & Chandon - Ele
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De SuicideOmen em Pixabay |
Hoje em dia, toda a merda funciona através da internet. Escreve-se em Blogs e Sites, compra-se de tudo, trabalha-se a partir de casa, contacta-se com outras pessoas, casa-se, trai-se… É claro que quando a conheci, não foi excepção.
Usámos o velhinho facebook.
Usámos o velhinho facebook.
Como sempre, após ganhar as primeiras duas ou três partidas de snooker, comecei a perder todas as outras. Tinha bebido uns copos de vinho ao jantar e ía avançado no gin. Nunca bebi tanto como naquele tempo. Se fizesse o mesmo hoje em dia, já não teria fígado.
Talvez fosse imposto pelo calor daquele Verão.
O Sports Bar estava às moscas e decidi ir para casa. Não era demasiado tarde mas deviam ser cerca das duas da manhã. Não tinha sono.
Bêbedo, nunca tenho sono.
Abri o messenger para ver quem estava online e siga! Mensagens para todas. - “Olá, a estas horas por aqui?” - Umas não abriam, outras abriam mas não respondiam e outras respondiam mas não davam conversa e havia ainda algumas que deviam estar aborrecidas de morte.
Talvez fosse imposto pelo calor daquele Verão.
O Sports Bar estava às moscas e decidi ir para casa. Não era demasiado tarde mas deviam ser cerca das duas da manhã. Não tinha sono.
Bêbedo, nunca tenho sono.
Abri o messenger para ver quem estava online e siga! Mensagens para todas. - “Olá, a estas horas por aqui?” - Umas não abriam, outras abriam mas não respondiam e outras respondiam mas não davam conversa e havia ainda algumas que deviam estar aborrecidas de morte.
Nessa noite, foi com ela que falei.
Contou-me que tinha um filho. O marido trabalhava longas horas e já não mantinham uma relação, apenas partilhavam casa por motivos financeiros e por causa do puto. Pedi-lhe o número de telefone e combinámos que no dia seguinte ligar-lhe-ía.
Contou-me que tinha um filho. O marido trabalhava longas horas e já não mantinham uma relação, apenas partilhavam casa por motivos financeiros e por causa do puto. Pedi-lhe o número de telefone e combinámos que no dia seguinte ligar-lhe-ía.
Quando desce a madrugada e bebemos o suficiente, conseguimos encontrar a vulnerabilidade nas pessoas. Ficam mais permeáveis a libertar o sofrimento e acabamos por conhecer o que nem os mais íntimos sabem. Às vezes é mais fácil desabafar com um desconhecido, com uma cara numa fotografia. Alguém que dificilmente nos irá julgar.
Tem esperança de nos saltar para cima!
Agarrados a essa esperança puramente carnal, nunca julgamos ninguém, somos apenas o atraente lado sem escuridão.
Como num mundo a cores, abatendo os cinzentos da vida real.
Tem esperança de nos saltar para cima!
Agarrados a essa esperança puramente carnal, nunca julgamos ninguém, somos apenas o atraente lado sem escuridão.
Como num mundo a cores, abatendo os cinzentos da vida real.
Fechei a porta do escritório e imaginei pela última vez o que lhe iria dizer. Estava um pouco nervoso, especialmente porque não gosto de falar ao telefone. - Olá. - E não me saiu mais nada.
- Ah olá! Sempre ligaste. - Ouvi do outro lado, mas percebi pelo timbre que não estaria minimamente surpreendida.
- Claro. Então, o que estás a fazer hoje? - Na verdade, fiz-lhe uma pergunta de merda só para ganhar algum tempo e pensar no que lhe iria dizer a seguir. Nesse aspeto, é mais fácil falar ao telefone, torna-se minimamente disfarçável. É que numa conversa pessoal percebe-se logo que um gajo não está a ouvir porra nenhuma. Felizmente, a resposta dela foi longa, o que me deu bastante tempo para ficar mais à vontade.
Não tenho ideia do que me disse.
Mas voltei à carga. - Devíamos tomar um café para conversarmos, o que achas?
Não tenho ideia do que me disse.
Mas voltei à carga. - Devíamos tomar um café para conversarmos, o que achas?
- Acho bem. Olha, o que fazes Sexta-feira? Podíamos almoçar!
- Ahm… Ok! - Fiquei meio atrapalhado, não estava a contar com um almoço logo no primeiro encontro. - Fica para Sexta. - Acabei por confirmar.
Assustava-me a ideia de ser visto em público com outra mulher que não a minha namorada. E ela, não se importaria de ser vista sem o marido? Foda-se, sabia que a relação deles tinha problemas, mas viviam juntos de qualquer das formas, ainda por cima com um filho em comum. Fiquei a remoer durante uns instantes… Depois passou-me e tentei visualizar onde poderíamos estar juntos.
Qualquer sítio agradável, desde que não houvesse gente conhecida.
Qualquer sítio agradável, desde que não houvesse gente conhecida.
Na Sexta-feira aguardei a chamada dela, como combinado. A manhã foi avançando e comecei a duvidar que o telefone tocasse. Enquanto se esvaía a esperança decidi que não seria eu a ligar, demonstraria desespero. Mas por volta das 12h30, a chamada chegou.
- Olá! Estou a sair agora da loja, vou ter contigo ao escritório. - A Sofia era dona de uma loja de acessórios. Contou-me que tinha um sócio que “bancou” o investimento total e segundo percebi, queria comê-la. Mais um, portanto.
Deixou o carro no parque de estacionamento dos escritórios, entrou no meu, e partimos.
Longe como o caralho, para ninguém me reconhecer.
Longe como o caralho, para ninguém me reconhecer.
O restaurante era muito agradável, semi-aberto, cheirava a madeira e marisco e ficava mesmo junto ao mar, tinha praia privada e havia pessoas em biquíni e gente com roupa de grife. Olhava para a esquerda, e a mulher que estava sentada ao meu lado ostentava um chapéu lilás, estilo Royal Ascot e um vestido da mesma cor, como se estivesse num casamento. O marido ou namorado (ou amante), vestia um fato azul navy com ligeiro brilho e gravata bordeaux,
bebiam Moët & Chandon.
Do lado direito, que era o do mar, estavam dois casais a confraternizar. Elas usavam biquinis com motivos floridos e uns trapos alegres à volta da cintura (não sei se eram saias ou mantas de praia) e eles, calções de banho e t-shirts lisas,
bebiam… Moët & Chandon.
Ponderei se seria obrigado a mandar vir uma garrafa daquele champanhe para me enquadrar socialmente. Sofia trazia jeans bem moldados às pernas, uma blusa de alças branca e algumas bugigangas que lhe ficavam muito bem. E eu… não interessa, estava como sempre.
Bebemos vinho rosé - uma bebida desprezível.
bebiam Moët & Chandon.
Do lado direito, que era o do mar, estavam dois casais a confraternizar. Elas usavam biquinis com motivos floridos e uns trapos alegres à volta da cintura (não sei se eram saias ou mantas de praia) e eles, calções de banho e t-shirts lisas,
bebiam… Moët & Chandon.
Ponderei se seria obrigado a mandar vir uma garrafa daquele champanhe para me enquadrar socialmente. Sofia trazia jeans bem moldados às pernas, uma blusa de alças branca e algumas bugigangas que lhe ficavam muito bem. E eu… não interessa, estava como sempre.
Bebemos vinho rosé - uma bebida desprezível.
Havia uma mesa de DJ a ser preparada à beira do areal. Parece que iam fazer uma daquelas festas a que fica mal chamar Festa do pôr-do-sol, então chamam-lhe Sunset, que é muito mais giro.
Nestas tretas da sedução, parece que está tudo inventado. Se um gajo não meter a pata na poça, normalmente sai-se bem. Cumpri escrupulosamente as regras implícitas do engate. Deixei-a falar mais que eu, muito mais. Pratiquei uma escuta ativa, com comentários curtos de aprovação como “concordo” e “tens razão”, e perguntas pertinentes para parecer muito interessado. Limitei-me a falar de mim apenas quando me fazia perguntas objetivas acerca da minha vida, assim evitamos dar um ar de gabarola. É claro, aproveitava esses momentos para passar uma boa imagem, mas sem parecer pretensioso. O truque é dizer sempre que somos bons como se não fossemos nós a dizê-lo. Algo assim, “os meus amigos dizem-me que toco muito bem piano, mas até nem acho que seja nada de especial”.
E sorrir, sorrir sempre, como um parvinho.
E sorrir, sorrir sempre, como um parvinho.
Depois de um bom bocado a cumprir as normas, comecei a interessar-me verdadeiramente pelo que Sofia me dizia. Tinha ideias interessantes sobre a sociedade e não era tão shallow como aparentara inicialmente.
Pareceu-me boa pessoa.
Provavelmente também estaria a fazer bem o seu trabalho. É que o jogo da sedução só é um jogo porque é jogado a dois (pelo menos).
Pareceu-me boa pessoa.
Provavelmente também estaria a fazer bem o seu trabalho. É que o jogo da sedução só é um jogo porque é jogado a dois (pelo menos).
A verdade é que as horas foram passando e, no mesmo sítio onde almoçámos, acabámos por jantar. O tal Sunset tinha iniciado durante a tarde e estava agradável, o DJ passou músicas ao estilo Buddha Bar e Café del Mar, num volume controlado, o que permitiu que as pessoas conversassem tranquilamente.
Eu estava meio fodido porque já devia ter regressado ao trabalho havia muito tempo, mas felizmente o meu chefe sabia que tinha saído por uma “boa causa” e quando lhe telefonei a informar que dificilmente regressaria a horas decentes para retomar, ele respondeu-me - Amanhã contas-me tudo, com pormenores! - Rimos os dois e desligámos. E sim, os escritórios abriam ao Sábado.
Depois de jantar, tive de ir ao WC já com a bexiga quase a rebentar, que ela não se calava e não tive qualquer oportunidade de a interromper para dizer que queria ir mijar. Quando regressei, perguntei-lhe se queria ir embora. Disse-me que sim. Chamei o empregado, mas Sofia deteve-me - Não é necessário, já está pago. - Fiquei surpreendido, até porque tinha sido eu a escolher o sítio e já tinha estabelecido mentalmente que pagaria.
Acabei por apreciar a sua atitude dominante.
Acabei por apreciar a sua atitude dominante.
Regressávamos aos escritórios, onde ela tinha o carro, e eu esperava ganhar pelo menos uns beijos franceses quando a deixasse. Mas, acabei por perceber que a mulher não estava pelos ajustes. Abruptamente alterou o contexto da nossa conversa, e perguntou-me — Sabes o que gosto na vida? Ou sim, ou sopas! Ou se fode, ou se sai de cima! - Olhei para ela, sorri e respondi-lhe
- Então, fode-se.
- Então, fode-se.
Aquela brusca quebra de todo o suspense que envolvia o desfecho do nosso encontro, devia ter tido um efeito contrário em mim. Devia ter quebrado o engodo. Devia tê-la julgado uma mulher vulgar, oferecida. Mas, não podia ser mais paradoxal, fiquei mais excitado e simultaneamente, aliviado. Já não teria de provar nada para a levar para a cama, passei no teste e ela colocou um ponto final no jogo, assumiu as rédeas.
Mostrou-me quem mandava.
Mostrou-me quem mandava.
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De StockSnap em Pixabay |
Deixei acesa somente a luz do hall de entrada do apartamento, abri uma garrafa de vinho tinto e coloquei uma playlist que passara quase uma hora a preparar (específica para estes contextos). Não falámos muito.
Bebemos um pouco e começámos a dançar.
Bebemos um pouco e começámos a dançar.
Passava a Black Magic Woman, de Santana, quando as bocas já estavam a milímetros e dançávamos agarrados. Sempre que encostava a anca em mim, tenho a certeza que conseguia sentir o quanto estava teso. E finalmente, quando encostámos as testas uma à outra, num movimento fluído, ao ritmo da música, beijei-a devagar, muito leve, só o suficiente para que os nossos lábios mal se tocassem, prolongadamente. Depois provoquei-a com uma mordida no lábio inferior. Então, ela avançou com tudo, como se me quisesse engolir.
E as nossas línguas começaram uma guerra de libido.
Enquanto lhe segurava a anca, apoiei a outra mão atrás da cabeça e fui-lhe beijando o pescoço, de vez em quando dava uma dentada suave, até que ela começou a tirar-me a blusa. Em tronco nu, ajudei-a a despir a parte de cima e ela desapertou as próprias calças. Carreguei-a ao colo e percorremos a sala e o corredor, até entrarmos no meu quarto.
Não acendi a luz e, às escuras, deitei-a na cama.
Puxei-lhe as calças mas as cuecas também desceram. Fui rápido a despir a minha parte de baixo e tirei as meias (nunca se fode com meias) enquanto lhe dava pequenos selos pelo corpo.
Subi, voltei a beijar-lhe a boca e sentimos o calor dos corpos nus.
E as nossas línguas começaram uma guerra de libido.
Enquanto lhe segurava a anca, apoiei a outra mão atrás da cabeça e fui-lhe beijando o pescoço, de vez em quando dava uma dentada suave, até que ela começou a tirar-me a blusa. Em tronco nu, ajudei-a a despir a parte de cima e ela desapertou as próprias calças. Carreguei-a ao colo e percorremos a sala e o corredor, até entrarmos no meu quarto.
Não acendi a luz e, às escuras, deitei-a na cama.
Puxei-lhe as calças mas as cuecas também desceram. Fui rápido a despir a minha parte de baixo e tirei as meias (nunca se fode com meias) enquanto lhe dava pequenos selos pelo corpo.
Subi, voltei a beijar-lhe a boca e sentimos o calor dos corpos nus.
Fui descendo outra vez, enquanto usei a língua para lhe provar o corpo. Quando cheguei abaixo da barriga, apenas expirei levemente o ar aquecido pelos pulmões, sem tocar na sua Fénix. Dei atenção à zona interna das coxas e à crista íliaca, ficámos ali um bocado a brincar com a vontade dela. E passava com a boca muito perto, mas nunca tocava Lá, na sua Fénix.
Ela gemia e agarrava-me os cabelos.
Ela gemia e agarrava-me os cabelos.
Finalmente, ao som de Black Velvet, muito devagar, lambi-lhe a vulva de baixo para cima, e beijei aqueles lábios como se beijasse com carinho os lábios da sua boca.
Senti como estava molhada.
Continuei apenas a saboreá-la, com o deleite de um néctar raro. Deixei que desfrutasse do prazer, sem ir à procura do orgasmo. De vez em quando, sugava-lhe o clitóris muito, muito levemente. Depois comecei a aumentar a intensidade e o ritmo, o corpo respondia e coloquei um dedo lá dentro, e depois o outro. Soube quando ela se veio, porque à medida que os gemidos se transformaram em gritos sumidos, o corpo contorceu-se como uma Linda Blair, num clímax exorcista.
Senti como estava molhada.
Continuei apenas a saboreá-la, com o deleite de um néctar raro. Deixei que desfrutasse do prazer, sem ir à procura do orgasmo. De vez em quando, sugava-lhe o clitóris muito, muito levemente. Depois comecei a aumentar a intensidade e o ritmo, o corpo respondia e coloquei um dedo lá dentro, e depois o outro. Soube quando ela se veio, porque à medida que os gemidos se transformaram em gritos sumidos, o corpo contorceu-se como uma Linda Blair, num clímax exorcista.
Deixei-a descansar um pouco
e enquanto ouvíamos Born to Die, de Lana del Rey, introduzi-o dentro dela e fodi-a sem pressa alguma. - Ai, fode-me! - disse-me ao ouvido. O ritmo ia aumentando e ela repetiu algumas vezes - Fode a tua puta! - Normalmente não sou fã de palavrões durante o sexo, costuma soar forçado. Mas ali, pareceu-me natural. Tão natural que fiquei cego de desejo e senti vontade de lhe colocar a mão à volta pescoço.
E ela pareceu desfrutar.
Pediu-me para apertar com mais força e acabou por se vir outra vez.
Entretanto lembrei-me que não tinha colocado preservativo, e fingi o orgasmo, como se nos tivéssemos vindo ao mesmo tempo, numa espécie de momento mágico.
Forçado dizer "fode a tua puta"? não é mesmo, muitas vezes o digo. Bom texto, mas cuidado a leitura web gosta de espaços, de abrandamentos e acelerações como uma boa foda. E não queira contar tudo de uma vez. Fique entre 600 a 1500 palavras. E.
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